agosto 22, 2008

Para Dolorida e Colorida.


com carinho, de joelhos pedindo perdão pela imensa falha de ainda não...
ela sabe


manda-me verbena ou benjoim no próximo crescente
e um retalho roxo de seda alucinante
e mãos de prata ainda (se puderes)
e se puderes mais, manda violetas
(margaridas talvez, caso quiseres)

manda-me osíris no próximo crescente
e um olho escancarado de loucura
(em pentagrama, asas transparentes)

manda-me tudo pelo vento:
envolto em nuvens, selado com estrelas
tingido de arco-íris, molhado de infinito
(lacrado de oriente, se encontrares)

Caio Fernando Abreu

(in: Caio 3D: O Essencial da Década de 1970)

3 comentários:

Unknown disse...

Não há mais nada a dizer.
Do seu gosto, dos seus sentimentos, das escolhas.
Parabéns, "lacrado de oriente, se encontrares".
Beijos querida e aquela coisa toda.

Lady Cronopio disse...

Sempre você, que consegue me deixar sem palavras...
Beijos e a.c.t.

Anônimo disse...

e se eu falar que justo esse texto não conhecia...
rs

"Dá minha jaqueta, boy, que faz um puta frio lá fora, e quando chega essa hora da noite eu me desencanto.
Viro outra vez aquilo que sou todo dia: fechada, sozinha, perdida no meu quarto, longe da roda e de tudo: uma criança assustada."
CFA