
com carinho, de joelhos pedindo perdão pela imensa falha de ainda não...
ela sabe
manda-me verbena ou benjoim no próximo crescente
e um retalho roxo de seda alucinante
e mãos de prata ainda (se puderes)
e se puderes mais, manda violetas
(margaridas talvez, caso quiseres)
manda-me osíris no próximo crescente
e um olho escancarado de loucura
(em pentagrama, asas transparentes)
manda-me tudo pelo vento:
envolto em nuvens, selado com estrelas
tingido de arco-íris, molhado de infinito
(lacrado de oriente, se encontrares)
Caio Fernando Abreu
(in: Caio 3D: O Essencial da Década de 1970)
3 comentários:
Não há mais nada a dizer.
Do seu gosto, dos seus sentimentos, das escolhas.
Parabéns, "lacrado de oriente, se encontrares".
Beijos querida e aquela coisa toda.
Sempre você, que consegue me deixar sem palavras...
Beijos e a.c.t.
e se eu falar que justo esse texto não conhecia...
rs
"Dá minha jaqueta, boy, que faz um puta frio lá fora, e quando chega essa hora da noite eu me desencanto.
Viro outra vez aquilo que sou todo dia: fechada, sozinha, perdida no meu quarto, longe da roda e de tudo: uma criança assustada."
CFA
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