
(Mais um poema deste meu tão caro amigo, para você, Djabal)
Em Jerusalém
meu amor
as noites são de alerta
e a dor assusta o vôo das corujas
em Jerusalém
meu amor
dorme-se pouco
que a angústia aperta
são breves as carícias
e os risos inquietos
semeiam medo ao raiar da aurora
o perfume da morte e os gritos da agonia
serpenteiam pelas ruas poeirentas sujas
como cães deixam marca
e vão embora
partem com rumo ao findar do dia
em Jerusalém
meu amor
ouço as notícias que daí me chegam
vindas de muito mais além do horizonte
um velho agoniza
lento
aqui defronte e as sirenes não se calam
não sossegam
em Jerusalém
meu amor
sente-se o vento escaldante do deserto
e o sibilar das balas
lá ao longe
faz tremer de susto o missal do monge
há hienas que dançam aqui por perto
em Jerusalém
meu amor
só resta a esperança
num sorriso inocente de criança
José Manuel Restivo Braz,
Porto, Portugal
2 comentários:
Obrigado querida amiga pela doce lembrança. A poesia é magnífica, solene e melancólica, termina com o sorriso da criança e quem é que não se encanta? Obrigado pela lembrança e a.c.t. (hehehe) Beijos.
A um amigo como você, toda gentileza parece pequena.
Por isso que vez por outra salta uma lembrança que se materializa em palavras endereçadas a você.
a.c.t.
rs...
Sempre.
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