
mais uma noite vã.
estrelas tantas que nem conto
se jogam cadentes no céu da minha janela.
quase posso te ver
através da lembrança do pouco ou nada que resta
de ti
na minha memória.
quadro a quadro vou decifrando
o teu enigma
na minha vida abandonada ao senhores do Tempo e do Esquecimento
percebendo a cada linha
desescrita
que me afastas do teu coração ateu
e o meu, que quase acreditou, vai ficando murcho
e frio
que nem violeta exposta ao impossível.
sinto pelo que nunca pude te dizer
quando me calavas com escorregos e desvios
que confundiam minha narrativa
deste querer que já nasceu morto
e enquanto mais uma noite vã se distrai
e ri da minha lendária insônia
visto o perfume que deixei no teu travesseiro
e atravesso o Mar bem na minha frente
me atirando no Infinito da minha paz
que será um dia
quando conseguir te esquecer
albanegromonte
4 comentários:
Sentimos que é uma poesia essencialmente feminina, bela e triste. Parabéns.
Grata, Kovacs.
Uma avalia�o sua, � sempre um presente para mim.
Beijos e aquela coisa toda
"Seja mil vezes de todas as maneiras." Clarice Lispector.
Diante de uma dor crônica e de uma beleza transcedente nada deve ser feito além de apreciar aquele momento onde se tira a beleza da não possibilidade de se fazer o bem.
Djabal, caríssimo... Uma citação de Clarice antecipando a sua visão, encheu-me de orgulho.
Beijos
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