
Então, pintei de azul os meus sapatos
por não poder de azul pintar as ruas,
depois, vesti meus gestos insensatos
e colori as minhas mãos e as tuas,
Para extinguir em nós o azul ausente
e aprisionar no azul as coisas gratas,
enfim, nós derramamos simplesmente
azul sobre os vestidos e as gravatas.
E afogados em nós, nem nos lembramos
que no excesso que havia em nosso espaço
pudesse haver de azul também cansaço.
E perdidos de azul nos contemplamos
e vimos que entre nós nascia um sul
vertiginosamente azul. Azul.
Carlos Pena Filho
2 comentários:
Azul é uma palavra doce, cantante, que foi escolhida pelos americanos como sinal de tristeza, pelos romanos como sinal de estrangeiro, e agora- por um dos nossos - como cansaço.
E perdidos no azul da tela em nosso rosto contemplaremos também o sul vertiginosamente azul. Lindo. Você lembra de cada coisa. Bjs.
Legal mesmo é ter alguém que percebe "cada coisa".
Beijos e act.
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