março 21, 2008

Taças de tinto, E...




Pois sim.
Gosto de ti, e sei.
Armadura nenhuma será capaz de deter este meu imenso coração que se enche de coisas e grita, ou berra, já nem sei, o amor todo que carrega em si.
E uma taça de vinho se revela última, quando o acorde dissonante do meu violão explode em sinais de pare! É agora ou nunca.
Senão haverá:
Focas amestradas a saltar em bolas aritméticas, tigres de bengala nem tão velhos assim a dizer: estamos aqui, sábios orientais em túnicas de seda, em dizeres morféticos e durmo!
Ah, mas nada existe além desta torrente de amor que me invade-arde-consome fome de tudo que sempre quis ter e nunca!
Olhos cor de não-sei-quê, boca que indica crueldade, mas só instila ternura, peito com pêlos. Todos os pêlos onde quis aventurar minha mão e nunca pude.
Agora tenho, e sei, meu.
Apenas isso, e.
Minha voz que se anuncia pelas máquinas absortas em teu sonho e saem janela a fora cantando todo este amor que finda em nós.
Agora que te encontrei, sou tua.
E nada me arrastará do vendaval que é esta vida que passa tão de repente...
E a gente nem sente
Que foi, passou.
E a ruga nos lábios se vê na foto, no início da curva dos fios de prata que advrtem: Calma.
Eu não.
Serena e sempre te busco nas noites e madrugadas infindas.
Te busco embaixo dos lençóis e sussurro em grito que se esvai em lástima. Ou lágrima. Já nem sei diferença que. Se há.
"Toma-me. Sou tua como quando era no início e te dizer poema ou canção, era urrar e mostrar pelo eriçamento de pêlos e tudo o mais, que sim, sou tua.
E para sempre hei de ser.

albanegromonte

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