abril 23, 2007

Das Cores


não sei porque permito, que esta dor me arranque o silêncio avesso da gargalhada, que é a lágrima que corre sem aviso pela face tocada por teus dedos na hora de partir.

nem sei porque insisto em bater nesta tecla enjoada, de te querer tanto e não ter nada de volta. não sei porque abandonar um navio com o tombadilho em chamas pra me jogar ao mar.

faz diferença a forma de morrer? (se morrer de amor for virtude).

e não sei mais, nesta madrugada demorada, se quero a virtude do amor com seus tropeços e coisas inexatas que só me tiram a calma e a paciência.

além do que não durmo, quando estou amando. pois só consigo fazer uma coisa a cada tempo.

e este é o tempo de te amar.

mas não sei se quero pra mim, este teu desapego, este teu silêncio, este gelo que não derrete ao calor dos meus beijos, das minhas palavras escritas&faladas a cada minuto do dia que passa sem que eu perceba nem em que mês estamos, se já passou o outro ou se é aquele em que ia te encontrar num bar, cheio de gente esquisita mas eu te saberia pelo cheiro, pela cor do sorriso, pelo olhar desviado de magenta plus green.

e eu nem entendo de cores. mas por você até decoro aquarelas... quer ver?

ardosia, cobalto, musgo, anis, lilás, preto&branco com traços de outras tantas cores...

e onde eu estava com a cabeça quando pulei do tombadilho se nem nadar eu sabia?

nesta madrugada cheia de nada&tudo que me desconforta encontro teu olhar no espelho invertido da parede do meu quarto. e olho pra tua fotografia roubada dentro de um livro e te beijo em pensamento enquanto dormes.

não sei porque teimo nesta angústia de querer te conquistar a qualquer preço me virando do avesso

fazendo do coração um ninho de corvos esfomeados e das tripas uma fome insaciável de te ter bem perto dos meus olhos, por hora cegos e tontos com tua luz.

mas vou me safar desta loucura toda quando amanhecer, e o telefone tocar com tua mansa voz a me dizer qualquer coisa

menos o que quero ouvir.

mas aí nada vai importar pois te darei a mão e não mais me afogarei nesta dúvida pois então saberei pelo calor que me correrá corpo&alma,

que sim tudo vale a pena, pois dizia o Poeta,

se a alma não é pequena.

e na minha que é grande, tem lugar pra teu qualquer querer.


albanegromonte

ano do Galo, décimo segundo mês

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