outubro 07, 2006

Dália Negra


e então me vejo
retrato em sépia
onde mal se contornam as curvas do rosto.
fugi da cidade grande como pudesse fugir das lembranças tormentosas que depois de tanto
asssombram-me dias e noites.

mas não fujo de mim
te trouxe no coração e na alma que de ti não largam
a solidão ficou mais ampla e agora
me toma os espaços vazios
-que são todos.


enlouquecer não posso mais.
para chorar não tenho mais lágrimas.
apenas a dor, a dor, a dor
o desejo de saber o porquê
para então sobreviver o que me resta em paz.

a Dália Negra que encarna a Morte

repousa em meus dedos.

Flor nenhuma me descreve.

Estou assim.

albanegromonte

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