agosto 22, 2013

A Solidão e a sua Porta



         A Francisco Brennand

Quando mais nada resistir que valha
a pena de viver e a dor de amar
e quando nada mais interessar
(nem o torpor do sono que se espalha).

Quando, pelo desuso da navalha
a barba livremente caminhar
e até Deus em silêncio se afastar
deixando-te sozinho na batalha

a arquitetar na sombra a despedida
do mundo que te foi contraditório,
lembra-te que afinal se resta a vida

com tudo que é insolvente e provisóriio
e de que ainda tens uma saída:
entrar no acaso e amar o contraditório.

                       Carlos Pena Filho in  Livro Geral, 1969

Um comentário:

DE-PROPOSITO disse...

e amar o contraditório.
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Ou então dasamar o condizente.
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Felicidades