dezembro 10, 2009

Cortazar




Agora escrevo pássaros.
Não os vejo chegar, não escolho,
de repente estão aí,
um bando de palavras
a pousar
uma
por
uma
nos arames da página,
entre chilreios e bicadas, chuva de asas,
e eu sem pão para dar, tão somente
deixo-os vir.
Talvez
seja isto uma árvore,
ou quem sabe,
o amor.

Júlio Cortázar

4 comentários:

Alexandre Kovacs disse...

Cortázar eterno!

Anônimo disse...

muito bom mesmo!!

adorei

entra la no meu


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http://www.algumaspensamentosepoucaspalavras.blogspot.com/

um abraço!!

Unknown disse...

"Amar é ter um pássaro pousado no dedo.
Quem tem um pássaro pousado no dedo sabe que,
a qualquer momento, ele pode voar”
[Rubem Alves]
Vamos fazer os dois conversarem? E nós ficaremos ouvindo e curtindo os infindáveis fios de conversas que surgirão e do novelo faremos um cachecol para nossa amizade fraterna enfrentar o frio que vem do vento que bate no recife e sopra até planalto. Ou a chuva. Sempre próximos.Amizade é um mistério, disse um outro. Né? Beijos.

Lady Cronopio disse...

Kovacs!
Sua presença sempre me deixa honrada.
Beijos