abril 14, 2009

Número Um



Nos dias de hoje, estes dias de trovões com tantas notícias estranhas e lançamentos de coisas que ninguém quer ver (na verdade alguém deve querer, pois são lançados...), eis que surge uma luz no meio do túnel (fosse no fim, todos já sabem que seria o tal trem em direção contrária): uma revista literária de muito, mas muito potencial: Serrote. Do Instituto Moreira Salles (aquele que publica os Cadermos de Literatura que são muito bacanas.
Um time de escrevinhadores de primeira divisão.
Uma proposta no mínimo, intrigante.
Dei uma espiada básica e já gamei no editorial que "copieicolei" para deleite dos meus 5 leitores.
Ah, e já fiz a assinatura, pois nada substitui o prazer de folhear as páginas e sentir o cheiro das palavras.
Bons ventos a mantenham, Serrote.
http://www.revistaserrote.com.br/index.html


Tremo quando examino o serrote. Murilo Mendes


O ensaio é um gênero sinuoso. Ele parece fácil, mas é um perigo. Um descuido – você rola abaixo em uma escada sem corrimão.• O ensaísta sabe onde começar, mas nunca sabe onde acabar: o desvio, a vereda e a curva à beira do abismo são sempre um convite. Não se perder e não escorregar já seriam duas grandes coisas.• O ensaio não tem pedigree. É um gênero que resiste às definições, cioso da sua condição de maverick. O espírito livre é quase tudo em um ensaio (alguém chamou isto de heresia).• No Brasil, ele tomou forma acadêmica, o que é uma pena, pois fica sem o que tem de bom, a espontaneidade. Por causa dela, Vinicius de Moraes achava que o essay estava na origem da brasileiríssima crônica. O ensaio ideal poupa citações e supõe que as notas de rodapé são um terreno minado.• Na década de 1990, o ensaio renasceu nos EUA, no vácuo do crescimento do interesse pela narrativa de não-ficção. Hoje em dia, no mundo literário americano, ele até se confunde com certo tipo de reportagem mais pessoal.• O Instituto Moreira Salles lança esta serrote por acreditar que, em sua multiplicidade de tons e vozes, o ensaio se fixou como gênero indispensável à reflexão e ao debate de ideias.• serrote complementa as atividades do Instituto. Com espírito público e dotação privada, o IMS contribui ativamente para a vida cultural brasileira há quase duas décadas. Ao virar estas páginas, aliás, o leitor encontrará, aqui e ali, vestígios de seu inesgotável acervo.• Os editores querem fazer desta quadrimestral um espaço para se publicar ensaios – originais, independentes, bem pensados e bem escritos – no Brasil. Quem edita a serrote tem como horizonte o espírito daqueles que viram, no ensaio, o jogo e a felicidade, e, no ensaísta, o homem liberto.

2 comentários:

Alexandre Kovacs disse...

Excelente dica, adoro as publicações do Instituto Moreira Salles e aquela sala de cinema deles também é muito confortável. Obrigado por seguir o Mundo de K, a sua foto ficou ótima.

Lady Cronopio disse...

Gratíssima sempre, K. pela presença forte aqui neste espaço. Seus comentários, já disse antes, me impulsionam.
Sempre segui o Mundo, é que não sabia como dizer... rs...
Beijos