julho 15, 2008

Cicatriz


Eu era cicatriz.
De amores adaga no peito, bala nas costas, corda no pescoço, água nos pulmões, salto no escuro, lataria contra o muro...
Eu era cicatriz que não parava de sangrar
Era eu este poço de nada
Com todas as dores do mundo dentro
E o peso das histórias nos ombros frágeis e cansados de tanto.
Eu era o atalho pro inferno, a falta de luz na flor que teimava em cumprir a sina de ser viva
Eu não era
Até você em mim aportar
E saber curar-me de minha loucura que era ser cicatriz
Quando o que mais sabia era ser era tua.

albanegromonte

8 comentários:

Unknown disse...

São poucas pessoas que conseguem cantar o amor assim, como você canta.
Vivemos uma época feia. Descrença, ameaça nuclear, desilusão, estilhaços, separação, brigas e desamor.
Passar por aqui é entrar numa tenda num oásis, no Saara imenso que ronda por aí.
Beijos.

Anônimo disse...

Tu eras cicatriz ???? antes que teu amor te mostre que o que sabes melhor fazer é ama-lo ??? e nao ser cicatriz???
Nao tu nao eras cicatriz...............é muito pesado.
Tu eras somente uma alma desvairada a procura dele.... sem saber que ele era Ele!

E quantas de nos sabemos quem é ele????



Ai como voce escreve bem!!! Achei lindo seu escrever, mas achei muito forte para com voce mesmo a imagem de cicatriz.

BREF, voce é !

beijos

Roseana

Lady Cronopio disse...

Seu dizer me enche de ternura, Djabal.
Beijos!

Lady Cronopio disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
morenocris disse...

Meu Deus, Lady você é albanegromonte? Caramba, adoro, amo, venero..tudo que albanegromonte escreve. Engraçado que entrei hoje aqui para pedir mais informações desta escritora. Livros, tudo...ah, obrigada pela visita. Se você soubesse como roubo as coisas daqui...rsrs...principalmente dela. Na verdade venho atrás das produções dela.

Beijos.

Anônimo disse...

Lindo!!!!
Verdadeiramente belo!!!!
Conhecendo vida... sabe...

Lua_Adversa disse...

É, percebi que esta poesia se trata de sua autoria. Então, eu pensei em fazer um comentário mais extravagante desta poesia. Mas nada se compara ao que ela por si só tem de essência. Não precisa de mais palavras, ela está em completa beleza...
Até por que eu não chego à altura. Quantas vezes você não já deve ter lido, ou ouvido o quão escreve bem. Li alguns textos seus. Por que pesquisei quem era albanegromonte, autora desta poesia, antes de comentar aqui. E encontrei nada mais, nada menos que você. ( Risos). Desculpe o atrevimento. É que sou de admirar mesmo além do que se está escrito. Mas as ferramentas para se escrever.

Obrigada pelo seu novo comentário no meu blogger, e por mostrar este aqui. Sempre lerei se não tiver problema.
Outra coisa, você comentou sobre “meu cantinho”, talvez ele não seja tão meu. O meu está aqui no meu computador. Escrevo e deixo guardado tudo, não sei por que, nem para quê. Talvez por que quando os releio, sinto aquela pontadinha na boca do estômago, como se eu visse algo novo, e meu. Acho que ao reler, sinto que estou parindo a mim mesma. E tentar me reconhecer, me analisar, e me descobrir é algo que me intriga bastante. Cada palavra que escrevo tem um pouco, ou muito de mim. Sinto que às vezes sou mais fiel as palavras, do que a mim mesma. Enfim...
Abraços. E mais uma vez parabéns.
Amanda S.

Lady Cronopio disse...

Cris e Amanda.

Vocês me emocionaram com suas palavras...
Só posso agradecer e dizer que sejam sempre bem vindas por aqui. E podem pegar o que quiserem, viu?
Beijos para as duas.
E aquela coisa toda