abril 04, 2008

DesfiguRado e.

e de que me adiantariam rosas? se delas nem sei perfume ou cor... ainda que, não seria de ti exatamente, que gostaria de receber. mas. sei que em naufragios de mares desconhecidos, eu renascida vigoro em ondas ou chamas que surtem efeitos em caleidoscópios ou máscaras, que dançam entre nuvens de palavras e letras que se confundem nas páginas brancas do livro que comecei a ler.
e não é teu rosto que vislumbro agora através da janela, através da cortina que em pó se regride e atinge em pontas e farpas de precipícios, avisos que tive de não! nunca mais seguir caminho de coração que bate, que teima em ser algo assim de moleza, de rendição ao que sempre foi e sempre será: amor que não se deixa vencer pelos equinócios, pelas estrelas doidas que roçam as paralelas de um universo que hoje eu sei, fulguram na vela vermelha que a cigana acendeu em noite redonda que se assemelhava a um bosque. e havia a pérola no lábio inerte do dragão que ressonava abaixo e acima do meu leito, folha de seda e cetim amarelo que se misturava à s fumaças e nevoeiros que eram um não sei que de lentidão.
hoje eu sei que através dos mil e duzentos megatons de força em, estará tu, frase de língua francesa ou em latim que nunca.
página minha de livro santo que se transforma em infértil que nem meu ventre ou vontade de ser o que nunca fui.
letrista que me conta em lenda antiga o segredo de me livrar pesadelo que havia em dias e noites que se amontoavam em florestas e rios que desaguavam em canos de vielas antigas e sem cor.
tu és.
e sibilos de rosa desfolhando se instaura na noite que se inicia em taças de vinho tinto
que se derrama
que se estraga
sobre a minha camisa tão branca que impune se diz
-imperfeita!
e és tu, aquele que procuro desde o caos quando não o era e assim
mas tu estás e sempre brilharás estrela em meu céu e quando
eu
tu
ou não
talvez quam sabe entendas e responda em língua estrangeira, ou palavra de outro poeta que nem vi ou escutei.
meu manto revela minha face
nada é mais do que eu.
aquela por quem sempre procuraste.
unha de dragão destruído ou apagado
por pérola que pequenina se mostrou em palavra
que.
tu és.
E.


albanegromonte

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