
La Danaide- Auguste Rodin
Estou
e num breve instante
sinto tudo
sinto-me tudo
Deito-me no meu corpo
e despeço-me de mim
para me encontrar
no próximo olhar
Ausento-me da morte
não quero nada
eu sou tudo
respiro-me até à exaustão
Nada me alimenta
porque sou feito de todas as coisas
e adormeço onde tombam a luz e a poeira
A vida (ensinaram-me assim)
deve ser bebida
quando os lábios estiverem já mortos
Educadamente mortos
Mia Couto
3 comentários:
Li a poesia que você escolheu e fiquei pensando no significado sem encontrar uma resposta.
Ontem vi uma foto e ela me despertou uma resposta.
Hoje relendo o Mia, soube que a resposta era para você, e o seu momento de escolha, pois estava situada num momento imediatamente anterior àquele em que a poesia houvera sido escrita. Será? Non Liquet.Deixarei a resposta a seu cargo. Beijos.
Sim, caríssimo.
Mas, que foto levou a este despertar?
Beijos e aquela coisa toda.
A foto ficou no texto que escrevi como resposta lá no NON LIQUET. Foi incrível, a leitura da poesia, o pensamento a respeito do comentário, a foto e o texto. Tudo fechado num ciclo involuntário.
Beijos e act.
Postar um comentário