setembro 25, 2007

Lullaby


quando a noite chega, meu coração fio desencapado galopa feliz, pois sabe que logo se abrigará no peito cantado em verso e prosa como o melhor lugar do mundo.

horas passeiam rápidas e ponteiros cruzam o Tempo, enquanto olho através da penumbra o teu rosto amado, o teu rosto querido.

ao longe e baixinho, notícias em língua estrangeira penetram meus tímpanos adoçado com tua palavra morna entre o sonho e o real.

"mais que tudo"

e é minha pele morna que encosta nos teus pêlos em carícia de silêncio que só quem ama sabe decifrar.

olhos teus fechados, mãos tuas tomam as minhas e as recolhem em pétalas de ternura.

nunca tive um amor assim, e tenho até medo de morrer.

a madrugada avança e vigio tua respiração, o franzir da testa em meio a um sonho. em que sonhas e com quem.

tenho ciúmes e quase te acordo.

mas resisto e me mantenho totem de carne a velar teu sono com canções sussurradas como se alma minha que hoje é tua, fosse náufraga que se acolhe em ilha quase porto.

meus olhos fecham cortinas de cílios, hesito mas cedo.

raios incipientes de luz solar se espalham em nossos lençóis e recolho o resto de lua pra adormecer um pouco e poder ver chegar o dia, quando meu coração fio desencapado galopar em teu sorriso sol e teu abraço me acolher nas horas poucas que são nossas, além da noite que se foi e se prepara para mais.


albanegromonte


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