
de ti me lembro ontem
olhos de menino ainda
(e éramos nós)
do teu sorriso sereno
da tua mão terna
minha mão medrosa
em ti vejo hoje
olhos de homem-menino
(ainda)
sorriso manso
arrancado de dores que ainda não sei
mas que chega suave em mim, pelas atrozes modernidades
que nos afastam&aproximam
(telas planas, mega-pixels, downloads, soft&hard, abismos de conexões baratas, fones de ouvido, imagens congeladas na camera abstrata)
em ti, pressinto o abraço
o aconchego
o perfume
o sentir tranquilo com o tal sabor de fruta mordida
(dizia o poeta)
de ti, hoje sei a cor preferida, o movimento, o fio de prata que encanta
em nós vejo uma promessa quase ameaça
em palavras não mais
e sim
no gesto que se faz
do sertão ao mar
como num dia tão longe
guardado na memória dos nossos corações
albanegromonte
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