dezembro 14, 2006

Passagem


saberia te dizer hoje, não ontem quando nem éramos um par, das coisas todas com que se faz um bem-querer.
mas agora que, toda minha e tua sanidades evoluem-se em colibris desesperados que cobrem distâncias imaginárias entre nossas ilhas de mar&sertão... agora que&que agora nem mais sei quem sou, ainda mais se sou, ou és. és tu?
neste agora eu não mais sei. e calo. mas tu me.
me dizes assim: se formos nós o que pensamos...
eu sei e tu sabes, meu dengo, meu norte minha rosa-dos-ventos.
a ampulheta corre para trás e nossa história se confunde no soneto que sonhaste e no alexandrino que eu nunca esqueci. mas...
o Tempo, esta fera insone acorda as horas todas em que estamos sós e nos diz:
pressa, muita pressa que já parti há trezentas luas e mais não posso parar sem que.
filosofia na alcova de um medieval menestrel... lenço embebido em vinho tinto suave ou seco. tanto faz,
sobram garrafas, cigarros e comprimidos que retardam a tristeza que nossos passados nos trazem.
mas.
apagar eu vou com as chamas do vulcão que invocaste em mim, quando me acordaste no meio do azul virtual em que estava. eu estava. tu chegavas. e depressa vou invadir teu país, tua sala, tua alma...
e pousada estarei no teu coração quando menos esperares.
a campainha vai tocar. o sinal vai abrir. comportas se fecharão hermeticamente e enclausurarão nossos medos para sempre.
e sempre eu e sempre tu.
em cidade qualquer na beira do mar, ou no último desenho do mapa.
sempre nós como nunca antes.
meu norte.
eu teu centro, te busco.
virás?

albanegromonte

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