setembro 01, 2006

Stacatto

mais uma noite vã.
estrelas tantas que nem conto se jogam cadentes no céu da minha janela.
quase posso te ver através da lembrança do pouco
ou nada que resta de ti na minha memória.
quadro a quadro vou decifrando o teu enigma
na minha vida abandonada ao senhores do Tempo e do Esquecimento
percebendo a cada linha desescrita
que me afastas do teu coração ateu
e o meu, que quase acreditou,
vai ficando murcho e frio
que nem violeta exposta ao impossível.
sinto pelo que nunca pude te dizer
quando me calavas com escorregos e desvios
que confundiam minha narrativa
deste querer que já nasceu morto
e enquanto mais uma noite vã se distrai
e ri da minha lendária insônia
visto o perfume que deixei no teu travesseiro
e atravesso o Mar bem na minha frente
me atirando no Infinito da minha paz
que será um dia
quando conseguir te esquecer

albanegromonte

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