agosto 19, 2006

Lebre&Cronopios, Carroll&Cortazar


Para quem joga amarelinha por trás do espelho

A Lebre foi ferida no coração.
Setas enviadas por anjos também machucam.
A Lebre chorou tanto que nem viu o Cronopio a seu lado oferecendo-lhe um lencinho bordado com uma violeta, que é a cor mais linda que a Maga gostava quando brincava de Amarelinha nas palavras de Cortazar.
Hoje a Lebre nem viu se fez sol, ou se choveu.
Nuvens fofinhas baixaram a seu lado para que brincasse de balançar no céu, mas as lágrimas embaçavam-lhe os óculos, os olhos...
As lágrimas corriam tanto, que um rio se formou ao lado da árvore, que depois cresceu mais e virou um oceano.
Aí, uma caravela lusitana apontou no horizonte trazendo Famas que dançavam catalas e Esperanzas desconsoladas com a mudança.
Ouviu-se um suspiro ao longe, e o Jaguadarte acordou pra ver o que acontecia.
Da caravela desceu um menestrel, que cantou uma valsinha.
A Lebre sorriu um sorrisinho meio sem graça, mas achou bonito tanta gente querendo fazê-la feliz.
Deu um beijo no poeta menestrel, ameigou a cabeça do Jaguadarte, dançou catala com as Famas e com as Esperanzas e depois abraçou seu querido Cronopio, aninhando-se em seu peito para dormir com um leve ar de insanidade.

albanegromonte

2 comentários:

Andy In The Sky disse...

=[

Clayton C. disse...

Gosto muito de seus personagens, muito alegóricos, carnavalescos e um pouco tris...
Ainda não pude ler Cortazar, mas pesquisei um pouco sobre cronopios, famas e.. mais
vc me deixou com a pulga nos óculos
gosto muito dessas suas prosas poéticas de fadas, rrss
Aquela coisa Toda! té mais
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