julho 11, 2015

Existe em mim a mais desesperada das lembranças.
Aquela que volta e meia, meia volta
Chega e me pergunta onde deve sentar.
Esta lembrança se faz presente em todas as ausências que de mim eu sei.
E vem.
Mesmo que a porta esteja fechada
O coração oco
E a alma vazia.
E como se fosse nada, isto tudo que eu disse
Entra pela fresta, pela janela ou pelo ralo, dizendo:
Eis-me
E então eu, que já nem lembrava, arregalo os olhos e sinto o coração acelerar
Dizendo não.
Mas a lembrança desesperada, se faz presente e certa
E me carrega pela mão, como se fosse eu ainda a menina que estava lá, quando esta lembrança 
Era real.
E sem mais poder resistir, sigo coração a dentro
E minha alma sofrida se aquece 
Com tudo que já foi e me fez feliz
E seguindo o avesso de mim,
Encontro teu rosto conhecido, o sorriso mesmo, a boca que que me torturava
Em beijos intermináveis 
As mãos que me guiavam caminhos que hoje eu sei.
E então, a mais desesperada das lembranças me acorda do silêncio que escolhi
E vira realidade quando olho para você, por trás das léguas tiranas que nos afastam
Através das canções e poemas que alguém fez para nós
E meu coração sabendo da impossibilidade de tudo, acelera dizendo Não.
Mas o que era já se tornou hoje 
E fugir já não é mais possível.
Tudo se fez tarde.
Incerto meu passo, acerto os ponteiros do tempo
E te trago de volta
Minha mais querida e desesperada lembrança 
Para ser o que nunca deveria ter deixado
Para entrar de vez na minha vida e voltar a ser o meu amor.

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