... se fosse por querer, já estaria de volta, mas nem sempre a vontade se faz, quando o desejo se oculta dele mesmo.
então tiro os sapatos, e piso devagar nos tapetes que escolhi por aqui um dia.
faz tanto tempo que nem sei bem como se faz.
arranco dos dedos a palavra que minha alma cansada envia, e sigo cortando as amarras com os dentes.
o espelho onde me via, apaga-se no escuro
e mal me reconheço na minha própria memória.
sou um arremedo de mim.
garatuja infantil com buracos em lugar dos olhos, traço raso em vez de lábios, braços e pernas de palito, cabelos riscados a carvão.
muda, procuro a voz perdida nos dias que se foram.
era eu, uma. vento bom me trouxe a paz.
a outra, esta, retorcida em pàlida lembrança segue em volteios azuis, enquanto se busca nos escombros da guerra que se trava neste meu coração por hora tão sem rumo ao redor de mim.
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