e como da primeira y segunda vez, em meses distantes em números pares e discretamente redondos, te espero com velas y incensos mais poderosos que a fumaça do teu cigarro. and, sem blues e jazz, pois ainda não sei se dura um poema esta nossa história, deixo que o silêncio fale por mim e te diga que sim. é bom você rasgar o céu no pássaro de plata y me chegar furacão, dizendo obscenidades no meu ouvido e se abrindo inteira para minhas retinas atrevidas de ojos que tudo viram e que mais um pouco não fará nenhum mal. abro as portas da casa, indico o labirinto que leva até a minha cama. e você, sem perguntas quaisquer que me façam dizer "que diabos foi isso que eu fiz?", toma banho com óleos dourados que tornam sua pele morena ainda mais macia&cheirosa, beija minha boca aberta e passando a língua na borda da taça de vinho, me diz em silêncio também que sou o que mais quer neste momento. e posso ouvir seu coração batendo dentro da blusa transparente e diáfana, como o manto com que queria cobrir tua nudez, que agora me incomoda, com tanta firmeza e maturidade, que nem sei mesmo como ensinar o que você diz não saber, mas faz, como se fosse gueixa, puta ou deusa. e tenho medo de beijar seus pés e de fazer noventa e oito fotografias do teu corpo sereno&calmo depois do gozo que ilumina teus olhos e eu me vejo dentro deles como se fosse o primeiro ou o último homem criado pelo deus crucificado que trazes no pescoço e no umbigo que beijo e bebo como cálice de cicuta dado ao prisioneiro condenado à morte, para que não sofra com o fogo, com as flechas, com a dor. e será dor que sentirei quando chegar o dia em que montarás nas asas do pegasus prateado que te levará à cidade do sol, dos rios cortando as ruas, dos mangues, frevos e maracatus? não sei. sei que queria ser outro, que pudesse escrever na tua pele um poema destes azulados, calientes e tão vero que te deixasse com vontade de voltar. mas eu sei, que na roda do calendário haverá um outro dia, em que tua voz me dirá "estoy ca" e tua presença plena de tudo encherá os pequenos vazios que nem sabia existir no meu canto. e eu certamente acenderei velas y incensos, te darei vinho e chocolate, darei risada do presente estranho que me trouxeres, e brincarei com teus cabelos longos, com tuas coxas grossas e beijarei tua boca com saudade, e te cobrirei com algum lençol que achar pela casa, para que não andes com alma tão nua. e não sei se será neste terceiro ou quarto encontro do teu corpo na minha cama, que me renderei a teu encanto, e te darei um solo de joplin, te direi um poema de Chacal, te enrolarei no sudário que guardo há séculos e dançarei só contigo sob a luz da lua e dos olhos dos gatos da rua, a dança das tribos antigas de onde viemos e pra onde voltaremos se eu um dia, decidir te amar.aí, chegará o dia de tua partida, e eu te pedirei. fica, quero ser feliz com você.
albanegromonte
2 comentários:
Arrancou-me uma risada, este título. Vou começar a ler. Abraço
Noooossa,que coisa mais linda!
Chega me deu saudades!!!Quer dizer,mais saudades!
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