setembro 17, 2010

Adormidera

"diz que não sabe do medo da morte do amor
diz que tem medo da morte do amor
diz que o amor é morte é medo
diz que a morte é medo é amor
diz que não sabe"
Alejandra Pizarnik



Escrevo-te um poema, onde há nuvens se enovelando em raios de um sol que nasce,
onde o canto do bem-te-vi, é um soluço de saudade, 
e de onde posso te ver através de um espelho labirinto, que me entontece
que nem a lembrança do teu beijo,
ou da tua mão tinta de vermelho-sangue quando arrancaste meu coração
e o levaste pra longe, onde nunca posso chegar.

Escrevo-te em papiros recentes, carta de náufrago, bilhete de amor-menino;
rabisco as paredes da caverna nua que me surge entre o olhar que se aventura, detalhes da tua geografia decorada em letras de vidro que se partem ao pensamento que
me cega, tamanho é o prazer de recordar momentos e tais...

Escrevo-te aqui de onde não poderia, com tinta de papoulas mornas,
com o resto de dor
com o desejo inteiro de te partir em pedaços e te carregar comigo, em cada bolso
em todas as entradas e saídas da roupa que visto
mesmo se estiver nua

Escrevo-te um poema assim translúcido na insanidade de quem não sabe o que é bem que
se dá neste peito vazio de onde retiraste o tolo coração.

albanegromonte


2 comentários:

Menina disse...

Quando digo que mentir é o meu ponto mais fraco...
primeiro porque realmente não sei,segundo que estou querendo ratificar e tornar redundante o que disse algumas vezes:Um dia fui Viciada em Feng Shui e hoje,sou viciada em Lady Cronópio!
Mais uma vez me mostras em versos, o que consigo imaginar nitidamente em minha mente.Ma-ra-vi-lho-so!Merecendo traduções.

Muito amor!

Menina.

Lady Cronopio disse...

Linda Menina !
Tuas palavras me estimulam a continuar tal saga.
Beaoa