fevereiro 06, 2008

Feitio

o amor é o palhaço assombrando o circo em ruínas, com a lona esburacada.


é a bailarina manca que procura sapatilhas azuis em lojas de subúrbio.


o amor é o mendigo que não se vê quando estende a mão vazia no espaço criado entre nós e ele.



é o pierrot que chora a Colombina que se foi nos braços do Arlequim


o amor é o barco lento no meio da tempestade é a pérola perdida pela ostra criança



o amor é a ferida aberta que nunca cicatriza


é o punhal no coração que desavisado se abre no peito.



o amor é a sonata o soneto



o amor é o vão aberto na porta da alma por onde entram os sonhos mais estranhos




o amor é a noite azul o dia alaranjado



o amor é o que não se entende


o complicador da vida



o amor nunca se acaba sempre deixa alguém sozinho




o amor é a tela em branco a ser escrita com o Tempo




o amor é a lágrima do adeus




é a gargalhada do ser feliz




albanegromonte

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