novembro 29, 2006

InSidE


me vejo deserto.
aproxima-se uma Lua violeta,
um peixe sem cor.
me vejo deserto sem tua palavra.
ave, palavra!
sem teu olhar sobre meu umbigo crucificado,
meu corpo sonâmbulo molambo,
se desloca insano
pelas madrugadas frias e pelas ruas sujas.
minha alma está contigo.
e eu, deserto
parada em doses maciças de pílulas amargas
tento achar o caminho do mar,
da linha do trem, da janela aberta
da bala de prata.
eu, deserto.
minha alma contigo.
meu corpo sujeito à lei da gravidade.
Ícaro moderno
me jogo pelos espaços virtuais,
achando enfim o vazio
que me deixaste como endereço
na partida de nós.

albanegromonte

2 comentários:

C S disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Avati disse...

bonito
amargamente romântico