novembro 04, 2006

Elric


trago em cada dedo enfileirado
uma pétala de nossos dias
atravessados pelas soleiras
de uma solidão vadia
que a ti, diverte
e a mim inquieta.

em cada traço da mão que lava a outra
um caminho de te procurar
mas como, se nem sei a cor que tem teus olhos
ou a marca do teu sorriso.

cada traço do desenho de giz
no quadro negro do teu mistério
tem a acidez e a secura do grão de areia
que se perdeu do mar.

cavalos -marinhos se distraem em mim
parindo os filhos que não fiz
e centauros desfalecem de amor
enquanto as múmias de meninos faraós
rodopiam no corredor da minha casa- hoje nem tão minha

luz de vela me queima a alma
e lágrimas sobem do peito aos olhos
se derramando em poeira
que diria, se soubesse,
são das estrelas que te dei.

invento passos de dança
te convido, te mando pérolas negras
e estilhaços de poemas ainda não nascidos
te abraço em nada
(abraço)
e sonho contigo quando consigo dormir.

mas então, já dia
e espero a noite
pra te sentir na distãncia
dos cabos desumanos e insanos
que te alavancam daí
e trazem aqui
bem perto
pra mim.

albanegromonte

4 comentários:

Clayton C. disse...

estes seus seres de fantasia!
gosto muito
vc Alba-Alba!
fiquebem com aquela coisa toda
poste mais é bom ler-te, rs
até mais....
os elrics...rs

Segunda Pele disse...

"de uma solidão vadia
que a ti, diverte
e a mim inquieta."


ai, aqui doeu!

Beijos pra vc!!

Primata Pensante disse...

luz de vela me queima a alma
e lágrimas sobem do peito aos olhos
se derramando em poeira
que diria, se soubesse,
são das estrelas que te dei.

invento passos de dança
te convido, te mando pérolas negras
e estilhaços de poemas ainda não nascidos
te abraço em nada
(abraço)
e sonho contigo quando consigo dormir.

mas então, já dia
e espero a noite
pra te sentir na distãncia
dos cabos desumanos e insanos
que te alavancam daí
e trazem aqui
bem perto
pra mim.


Lendo este poema percebo que esta angústia, este estado, que há não é exclusividade da minha moradia, da minha cidade... Sentí muitas coisas ao ler suas palavras, desde o frio na espinha até a dor nas kembranças de pessoas, objetos, sorrisos, palavras.

Depois sou eu o escritor...
(ganhou um amigo e, sem dúvidas, um profundo admirador)

Grande beijo.

Anônimo disse...

saudades de vc no msn... some não!!! ^^
bjo