outubro 12, 2006

Da Série Colibri

Retalho de uma carta de amor, não enviada e que como todas as cartas de amor,
É ridícula. assim dizia o Poeta.
amém

"... mas esse teu riso solto quando falo do meu sentir e querer te ter ao alcance das mãos, nem chega a me entristecer, pois sei que no fundo do teu coração, sabes que é verdade, sim, que tenho saudades de ti quando vejo o mar que passa diante da minha janela alma do mundo inteiro que cabe numa casca de noz, como disse o Conrad, antes que o outro estudasse anos a fio pra chegar à mesma conclusão. e sabes também, que as estrelas que brilham no méu céu, são mesmo o reflexo do teu olhar que nunca vi tão castanho ou negro, e que o doce sabor do chocolate que rolo na minha língua tem o sabor antigo do teu beijo isolado na minha boca, dizendo sim, vem, seja minha como era no príncipio, quando eu garatujava em paredes virtuais o teu nome razão hoje de ser outra mulher, com mais vontade de ser feliz. sim, e sei também que sabes que hoje, quando não conseguia dormir, era o calor da tua palavra cravada na minha pele, arrepiando o sentir desejar querer estar perto, e me fazendo buscar no mais profundo recanto do corpo, algo que saciasse a minha sede de tuas mãos nas minhas, atravessando meu vestido florido, arrancando-me suspiros criptografados e impossíveis de serem sagrados, mas divinos sim, pois perto do paraíso eu cheguei com alma nua, nervosa e cheia de rubores que nem servem mais em alguém que tanto já viveu. e sei mais, mas de tanto tentar te explicar sem conseguir, vou deixar pro dia em que te encontrar, pra te contar olhando nos teus olhos, o quanto me faz feliz teu existir. e ainda que nada seja feito de nós dois, ficarei sempre com este sabor na pele queimada pelo sol da minha cidade no dia mais quente do século, quando te achei no meio de um sonhar acordada, e me fizeste sentir o que há muito eu nem lembrava existir".

albanegromonte

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