(era 2005, e eu escrevi assim.)
o Barão me dizia que nossa música nunca mais tocou,
e eu mudei de estação pra encontrá-la inteira em letra&melodia no último dial,
trazendo um gosto amargo na língua molhada de mágoa
- ah, esses amores...
vão-se janela abaixo
de escada, elevando a dor no maior tom,
correndo de costas baixas e coração embriagado com a liberdade solta na alma esgotada
pelas noites&dias cravados no calendário da cozinha,
pelo corredor escuro e parado entre paredes que restaram da demolição das palavras
malditas e mal ditas, tolas palavras,
que nem se sabe o significado... acúleos citados de poeta meio bruxo
ferindo o peito do náufrago que isolado no mar escuro&revolto, atrela-se
à lanterna dos afogados
e segue, quando em terra firme, a luz no fim do túnel estranho que se abre aqui
e vai dar numa cidade tão grande
que se não me perder por lá
será num certo olhar de promessa vaga, que me verei a sentir falta de bússola
...
e eu mudei de estação pra encontrá-la inteira em letra&melodia no último dial,
trazendo um gosto amargo na língua molhada de mágoa
- ah, esses amores...
vão-se janela abaixo
de escada, elevando a dor no maior tom,
correndo de costas baixas e coração embriagado com a liberdade solta na alma esgotada
pelas noites&dias cravados no calendário da cozinha,
pelo corredor escuro e parado entre paredes que restaram da demolição das palavras
malditas e mal ditas, tolas palavras,
que nem se sabe o significado... acúleos citados de poeta meio bruxo
ferindo o peito do náufrago que isolado no mar escuro&revolto, atrela-se
à lanterna dos afogados
e segue, quando em terra firme, a luz no fim do túnel estranho que se abre aqui
e vai dar numa cidade tão grande
que se não me perder por lá
será num certo olhar de promessa vaga, que me verei a sentir falta de bússola
...
(quem tirou o último tijolo do muro onde a gente se sentou esses anos todos?)
- ah, esses amores...
fugindo, rugindo maldições e pragas tantas
que até se agradece que os santos de pau oco eram anteriores a esta lenda de querer, e vão ficar
no seu cantinho de sempre, protegendo coração&corpo que ainda quer&precisa ser feliz.
levando roupas, discos, despertador, caneta de tinta invisível, fotografias de nada, metades de tudo que se pensava inteiro
(a cabeça do peixe ficou no aquário vazio)
o corpo sereia e a água toda que nascia dos meus olhos
você levou na mochila
onde nunca caberia a história verdadeira
deste nosso fracasso,
mas que guardou por inteiro
a grande mentira
que foi pensar que a gente se amou um dia.
albanegromonte
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