Era uma hera, mas parecia gente. Uma mulher, pregada nas paredes da mansão bonita dos Jardins... Diziam as outras plantas com despeito, que ela pensava que tinha sido enfeitiçada por uma bruxa, que era uma princesa e se transformara naquele monte de folhas disformes. Mas não era verdade... a verdade é que ela era uma mulher até os 30 anos e um dia desejou, num momento de profunda tristeza, ser uma planta. Pronto, um duende que andava por ali, levou a sério e a transformou. Acordou verde, sem as formas arredondadas e colada num muro em qualquer lugar. As outras plantas a olharam com desconfiança... ela continuava linda... das folhas superiores saíam duas esferas azuis que pareciam pedaços de céu (resquícios dos seus); do meio de tudo, duas protuberâncias duras e tesas simulavam seios por demais acariciados; e a barriga reta, mal conseguia colar no muro; não falei nem das pernas, era incrível: uma hera que se dividia na parte inferior em duas longas hastes verdes. Havia ainda o traseiro polpudo que sobressaía quase tanto quanto os olhos. Mas a hera era infeliz... apaixonara-se pelo dono da casa e não sabia como se largar dali para dizer-lhe o quanto o desejava, há quanto tempo não tinha um homem...
E um dia... sempre há um dia nestas histórias, o dono da casa enjoou das plantas que enfeitavam o muro. Contratou os homens da Prefeitura e pediu, não, ordenou: Corta! "Até esta hera com jeito de mulher?" Principalmente, vivo tendo pesadelos com ela..." E aí, os homens começaram a cortar com suas máquinas, uma a uma das plantas que gemiam e choravam, mas ninguém entende língua de planta... Chegou a vez da Hera... quando a máquina ceifou suas pernas, o sangue de gente fluiu para todo lado. Os homens se assustaram mas continuaram o serviço. A hera se retorcia, sofria as dores da mutilação e principalmente o desprezo do seu amado. E assim, numa poça de sangue, viu-se a hera destroçada. Inteiros apenas os olhos azuis. Capricho do duende.
E um dia... sempre há um dia nestas histórias, o dono da casa enjoou das plantas que enfeitavam o muro. Contratou os homens da Prefeitura e pediu, não, ordenou: Corta! "Até esta hera com jeito de mulher?" Principalmente, vivo tendo pesadelos com ela..." E aí, os homens começaram a cortar com suas máquinas, uma a uma das plantas que gemiam e choravam, mas ninguém entende língua de planta... Chegou a vez da Hera... quando a máquina ceifou suas pernas, o sangue de gente fluiu para todo lado. Os homens se assustaram mas continuaram o serviço. A hera se retorcia, sofria as dores da mutilação e principalmente o desprezo do seu amado. E assim, numa poça de sangue, viu-se a hera destroçada. Inteiros apenas os olhos azuis. Capricho do duende.
albanegromonte
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