outubro 12, 2006

Arcos&Lírios


lírios brotando luz no meu ventre
esperança renovada,
insistente batendo na porta do espanto e me espanto de não ser ainda o que quis.
arcos de seda rosa separam meus sonhos do que vivo
no dia que corre pela noite.
eu nunca paro.
sinais se fecham e o beija-flor que canta na ponta do meu dedo
me diz que os cogumelos são frutas, e que as flores são ninfas disfarçadas.
dou risada da loucura que é me ampliar num abraço de quem nunca vi,
ou senti.
tanto faz,
se o prazer é bem vindo, quando a madrugada pinta de turquesa
o mar ali na frente.
e é desta janela de cores
que abro as cortinas da vida e finco bandeiras minhas
nas luas que vou conquistando.
por aí, na luta anônima dos relatos náufragos
dos mares revoltos da minha insana mente.
poucos sabem de mim, da minha história
alguns, tolos que são, pensam saber das manias
e dizem- são tolos, falei
que sou estranha na minha mesmice.
dou risada e me vejo no espelho de Alice,
sendo o inverso de tudo que sou.
mas só aqui me revelo quando o lápis de ponta negra se decodifica nas
cores todas que invento
quando cismo
de brincar de escrever.

albanegromonte

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