Que tipo de amor, vai embora sem deixar marcas?Que tipo de amor deixa você prosseguir tranquilamente sem sentir pontada qualquer de dor?Onde existiu amor, sempre sobra depois a dor.Felizmente, para mim, onde existiu dor, hoje se esbalda o amor...
Mas como sou poeta, posso sempre fingir, onde não mais encontro dor, que há. Pois é desta cor que se faz a Poesia.
Vermelha.
E quando minha alma se inclina, tanto que
tropeça nas dormentes das linhas que o Destino riscou nas minhas mãos,
volteio correntes de flores que deposito no altar do Tempo.
Dragão tatuado no meu pescoço pisca centelhas de fogo celestial,
e dobro os joelhos diante do espelho que reflete a cruz que dorme no meu
umbigo
(imploro ao vento: me leva daqui)
Então através da cortina do sentimento que corre feito trem nos
sulcos da minha face, observo o quarto vermelho sangue
logo ali no peito cicatrizado, onde
acontecimentos tardios,
detém-se nas paredes e átrios
remoendo e colhendo flores de dores, de desenganos e de saudades,
rasgando feridas
desfolhadas e inacabadas
dentro deste quarto vermelho,
para onde o vento Mistral que soprou vida em mim,
leva na sua dança de mistérios,
as evidências da morte que ali se fez há tanto.
(contemplo os campos repletos: gosto daqui)
albanegromonte
4 comentários:
Vou-te plagiar:
Gosto daqui...
pelo
branco
magnólia
o
azul
manhã
vermelho
olha
Leminski, o Paulo.
Para amansar o seu dragão, algumas drágeas vermelhas da sua poesia magnólia. Beijos, menina.
M.
Goste, isso é tão estimulante...
Venha sempre, isso me deixa muito feliz.
Beijos
Djabal, seus comentários e citações já merecem um post!
Beijos e toda aquela coisa.
ps: "drágeas vermelhas": vou usar isso.
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