mergulhar os pés em águas escuras, desconhecidas águas.
romper diques e cercas imperfeitas
colidir com o nada
abraçar-se ao tigre de veludo antes que o poeta o transmute em livro
sentir na pele a martelada do sangue que transborda deste coração insatisfeito
que
bate bate bate bate
em portas que ninguém abre
(pois não há mais ninguém ali)
coração este
que
apanha apanha apanha
em circuitos alternados de despedidas
(pois ninguém fica muito tempo por ali)
esculpir em aço a flor do desejo quase obsceno
no meio de tanta tragédia, de querer ainda e tanto
ser feliz e sorrir sem virar pelo avesso
o choro guardado anos a fio na garganta
que flerta com o outro fio
(da navalha)
travar toda a dor
num gole de um vinho que avinagrou
de esperar inútil em taça de vidro barato
(cristais estilhaçam no grito e era soprano aquela mulher)
sentir que pulou muito tarde do navio em chamas
e nem o mar
(o infinito aguaceiro ali na frente dos olhos que queimam)
poderá lavar esta alma
que traz ainda em si
a lembrança de nada, de tudo de todos os advérbios
temporais esquecidos
e por que não dizer agora que chegou ao fim
a tinta do bico-de-pena com que escrevo este epitáfio?
"alma esta que tatua em sua veste translúcida
a lembrança do amor que cresceu sem nascer"
albanegromonte
romper diques e cercas imperfeitas
colidir com o nada
abraçar-se ao tigre de veludo antes que o poeta o transmute em livro
sentir na pele a martelada do sangue que transborda deste coração insatisfeito
que
bate bate bate bate
em portas que ninguém abre
(pois não há mais ninguém ali)
coração este
que
apanha apanha apanha
em circuitos alternados de despedidas
(pois ninguém fica muito tempo por ali)
esculpir em aço a flor do desejo quase obsceno
no meio de tanta tragédia, de querer ainda e tanto
ser feliz e sorrir sem virar pelo avesso
o choro guardado anos a fio na garganta
que flerta com o outro fio
(da navalha)
travar toda a dor
num gole de um vinho que avinagrou
de esperar inútil em taça de vidro barato
(cristais estilhaçam no grito e era soprano aquela mulher)
sentir que pulou muito tarde do navio em chamas
e nem o mar
(o infinito aguaceiro ali na frente dos olhos que queimam)
poderá lavar esta alma
que traz ainda em si
a lembrança de nada, de tudo de todos os advérbios
temporais esquecidos
e por que não dizer agora que chegou ao fim
a tinta do bico-de-pena com que escrevo este epitáfio?
"alma esta que tatua em sua veste translúcida
a lembrança do amor que cresceu sem nascer"
albanegromonte
8 comentários:
Não vás!
Bonito poema!
Com este pedido, nem que quisesse, iria.
Grata, M.
Beijos
Lindo!Lindo!Lindo!De longe aplaudindo...
Menina!
Que grata e querida surpresa...
Bom que gostou.
O tom meio down é um quase retorno à fase criativa que já me esquecera.
Xero
E mesmo que de longe, esteja.
OW,OW,OW...estarei sim.Existem duas coisas que são mais fortes que eu:uma é a saudade,e a outra é não lembrar de Lady Cronópio,baby!Rs.Bjos.
Lady perambulando pelo místico clã de sereia, mas já de volta. Faltou Menina que veste e pinta. Mas foi assim mesmo. Bom que só e coisa e tal.
Lilás o vestido e prata nos pés.
Arraso de esplendor.
Certo?
Saudades existem. Tu o sabes e eu sei.
AAAAAAAINNNN...deve ter ficado lindo!Confio no seu bom gosto,Lady!Deve ter feito muito sucesso!A combinação foi perfeita!O próximo será eu...tenho um podre em Dezembro,too!
Saudades.
Postar um comentário